Coautora é presa e teria planejado morte de policial do Bope, diz polícia

Segundo o delegado, mulher ajudou a planejar a morte junto com mandante.
Nove pessoa foram indiciadas no assassinato de Claudemir Sousa.

Delegado Gustavo Jung (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

A namorada do policial Claudemir Sousa, apontada pela Polícia Civil como coautora intelectual da morte do militar, foi presa por volta das 13h30 desta sexta-feira (16) em um hospital psiquiátrico, em Teresina, onde é diretora administrativa. De acordo com o delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), a mulher teria planejado o assassinato junto com o suspeito de ser mandante do crime.

“A mulher mantinha um relacionamento amoroso ao mesmo tempo com o policial e o suspeito de ser o mandante do crime. Ela foi presa no seu local de trabalho, após o mandado de prisão ser expedido pelo juiz titular da Central de Inquéritos, Luiz Moura. Já estávamos acompanhando ela desde o início das investigações, na certeza que o mandado de prisão iria sair. Temos a convicção de que foi dela e do companheiro a ideia da morte”, afirmou o delegado.

Claudemir Sousa foi morto a tiros no dia 6 de dezembro, quando ele saia da academia onde treinava no bairro Saci, na Zona Sul de Teresina. Nove pessoas foram indiciadas pela morte do policial, entre elas, as sete pessoas suspeitas presas um dia após o crime, a namorada da vítima e um instrutor de autoescola.

Durante as investigações, a polícia também descobriu que a mulher possui um apartamento ao lado do imóvel do suposto mandante do crime.

“Ao prestar depoimento ela não declarou no auto de interrogatório que possuía esse apartamento. No decorrer das investigações descobrimos o endereço e cumprimos mandado de busca e apreensão no local. Esse é um elemento a mais de que os dois mantinham um relacionamento amoroso e se encontraram antes e depois do crime”, disse Jung.

A mulher passou pelo Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) para fazer exame de corpo de delito e logo em seguida transferida para uma cela especial no presídio feminino.

Fraude INSS
O delegado do Greco explicou que no dia da prisão do suspeito de ser o mandante do crime, os agentes encontraram uma vasta documentação de várias pessoas no apartamento dele. O material foi encaminhado para a Polícia Federal.

“Foi encontrado muitos documentos do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] na residência do suspeito, que são atribuídos tanto a mulher presa nesta sexta-feira como ao homem, sendo que um trabalhava para o outro. Como existe indícios de fraude junto a aposentadoria, nós encaminhamos todo o material encontrado para Polícia Federal, que em seu devido prazo irá fazer uma investigação”, comentou.


Crime eluciado
Para a polícia, o crime está elucidado e as motivações seriam emocionais e profissionais, uma vez que coautora tinha um relacionamento simultâneo com o policial e o suspeito de ser o mandante, um funcionário da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que ofereceu o valor de R$ 20 mil pela execução.

"A motivação profissional seria pelo fato de nas investigações foram encontrados indícios de que ela e o suposto mandante realizavam fraudes ao INSS. O receio dos dois é que o policial atrapalhasse de alguma forma o esquema, caso tomasse conhecimento”, disse o delegado Gustavo Jung, responsável pelo inquérito.

Conforme o delegado, a mulher passou a ser investigada após prestar depoimento e apresentar contradições em sua fala. Em seu depoimento, ela negou relacionamento amoroso com o mandante do crime e confirmou ter namorado há dois anos o policial do Bope, mas terminou depois da convocação dele para a Força Nacional.

Prisões

Um dia após o crime cinco homens suspeitos de participar da morte do policial e uma mulher que teria avisado os atiradores foram presos.

De acordo com o secretário de segurança, Fábio Abreu, um dos suspeitos usava tornozeleira eletrônica e a partir do monitoramento dele os policiais chegaram aos demais envolvidos no assassinato, inclusive, ao mandante, que é funcionário da Infraero. Também entre os presos está um taxista, apontado como o agenciador dos atiradores.

A sétima pessoa presa foi também no dia 7 e admitiu ter sido contratado para matar Claudemir Sousa e que receberia R$ 5 mil pelo serviço. A informação foi confirmada pelo capitão Paulo Silas, comandante da Companhia do Independente do Promorar.

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