Criador do BOPE: 'Polícia do Rio não perderá a guerra para os traficantes'
Apesar de toda a violência registrada na cidade do Rio de Janeiro nos últimos dias, a Polícia tem o controle da situação e não perderá a guerra contra a criminalidade – segundo o Coronel Paulo César Amêndola, criador do Bope, o Batalhão de Operações Especiais, a elite da PM.
Apesar de todo este quadro, que deixa a população do Rio de Janeiro muito intranquila, o Coronel Paulo César Amêndola está confiante de que a Polícia levará a melhor sobre os criminosos: "Não acredito que as Polícias falharam no combate à criminalidade. As Polícias Civil e Militar têm feito um esforço imenso no sentido de fazer recuar as taxas criminais, que não são muito favoráveis", diz o fundador do Bope.
- "Acontece que o Rio de Janeiro é uma cidade sui generis, com cerca de mil favelas, boa parte delas dominada por organizações criminosas que, embora rivais, estão se apoiando umas às outras quando dos confrontos com a Polícia. Isto torna o combate muito difuso, já que a criminalidade se distribuiu por vários pontos da cidade. Se a Polícia acossa um determinado local, os criminosos fogem para outras áreas e recebem a proteção de outros criminosos, tornando as regiões em que se escondem um verdadeiro inferno. É mais ou menos este quadro que vem acontecendo no Rio há alguns anos."
Paulo César Amêndola também declara que as Polícias só agem sobre as consequências da criminalidade e não sobre as suas causas. Para o ex-coronel PM, é preciso que todos os órgãos dos Governos Estadual e Municipal se concentrem nas causas destes resultados, envidando esforços nas áreas de prestação social e dotando as comunidades da infraestrutura necessária à sua população. "Desta forma", diz Amêndola, "será possível evitar que muitos jovens sejam atraídos para a prática de crimes."
O agravamento da violência no Rio de Janeiro tem levado boa parte da população a defender a presença, novamente, das Forças Armadas nas ruas da cidade, a exemplo do que ocorreu na Copa do Mundo de 2014 e durante as Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016.
Sobre este aspecto, Paulo César Amêndola observa que antes de solicitar a presença das Forças Armadas nas ruas do Rio de Janeiro já houve uma articulação atendida, que foi a do envio de integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, corporação integrada por policiais militares e bombeiros de vários estados. "Trata-se de profissionais especificamente treinados para atuar na área da Segurança Pública".
"Já as Forças Armadas", argumenta Amêndola, "têm outra destinação. Sua vocação não é de atuar na Segurança Pública. Mas o Rio de Janeiro está chegando a um ponto em que, por força da falta de um efetivo policial suficiente para combater a criminalidade, o Governo Estadual terá de pedir apoio federal para, no mínimo, cercar as favelas dominadas pela criminalidade e permitir então que as Polícias entrem nestas áreas para fazer o seu serviço de captura dos elementos criminosos que estão lá dentro."
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