Polícia Militar comprará 200 pistolas da marca Glock para o Bope




A Polícia Militar do Distrito Federal anunciou que comprará 200 pistolas modelo G17T, da fabricante austríaca Glock, para equipar o Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo a corporação, a escolha do modelo segue uma padronização com outras instituições militares. No total, serão investidos US$ 123,75 mil (cerca de R$ 402 mil) na compra do novo armamento.
A aquisição das pistolas automáticas Glock atende a desejo antigo dos policiais do Distrito Federal. Hoje, a maior parte do efetivo usa armas da fabricante brasileira Taurus. Porém, muitos policiais reclamam da falta de segurança do modelo, que causaria acidentes graves.

Um desses casos ocorreu em 2011, com o policial civil de Brasília Luciano Vieira. Ele estava em seu apartamento quando a pistola caiu no chão. A queda acionou a arma, que atingiu o agente na região do tórax. A bala atravessou o corpo da vítima e ficou alojada no ombro.

Os diversos incidentes com a marca nacional levaram a uma investigação do Ministério Público do DF. O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) analisa a responsabilidade da fabricante brasileira pelos acidentes causados aos policiais em serviço ou fora dele.

Em outubro do ano passado, o Exército proibiu a produção e a comercialização das pistolas modelo 24/7.40 S&W, fabricadas pela Forjas Taurus. Na época, a empresa alegou que “tem colaborado com o Exército Brasileiro e que a decisão não tem efeito prático, uma vez que a produção do modelo já havia sido descontinuada no fim de 2015, assim como sua comercialização.”

Sem licitação

Normalmente, a PMDF licita equipamentos, uniformes, armas e munições, entre outros itens necessários à atividade policial. Mas, no caso das armas austríacas, a corporação fará a compra com dispensa de licitação, devido às especifidades técnicas das pistolas Glocks. “São modelos com maior durabilidade, menor custo de manutenção e de maior qualidade”, destacou o capitão Maurício Hebert, um dos responsáveis pela compra.

Enquanto os policiais brasilienses aguardam o processo de aquisição ser concluído, o que ainda não tem data prevista para acontecer, criminosos do DF já podem estar usando pistolas Glocks contra a população. A conclusão é dos investigadores da Operação “Irmandade”, deflagrada pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil.

As investigações apontaram que uma quadrilha, especializada no tráfico de armas, munições e drogas, fez pelo menos 10 viagens entre Ponta Porã (MS) – divisa com o Paraguai – e o DF, em um período de um ano e meio. Em média, pelo menos 10 Glocks eram trazidas na bagagem pelos criminosos a cada oportunidade. A suspeita dos policiais é de que cerca de 100 dessas armas estejam em circulação nas ruas do DF, nas mãos de criminosos. O Bope pode ser a primeira unidade policial do Distrito Federal a ter a possibilidade de combater os bandidos com o mesmo poder de fogo.


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